Trabalho

 

Publicado em: 30/05/2014 15:08

“Dia D” reúne cidadãos, instituições apoiadoras da pessoa com deficiência e empresas em Ibiporã


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“Dia D” reúne cidadãos, instituições apoiadoras da pessoa com deficiência e empresas em Ibiporã “Dia D” reúne cidadãos, instituições apoiadoras da pessoa com deficiência e empresas em Ibiporã

 

A Administração Municipal, por meio da Secretaria do Trabalho e da Agência do Trabalhador, realizou nesta quinta-feira (29), o "Dia D" dedicado ao atendimento das pessoas com deficiência e aos beneficiários reabilitados que tenham cumprido o Programa de Reabilitação Profissional pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), visando à sua inclusão no mercado de trabalho. Empresas da cidade e também funcionários do INSS estiveram presentes fazendo entrevistas e tirando dúvidas dos cidadãos que foram procurar uma vaga de emprego.

 

 A ação reuniu diversos cidadãos na Agência do Trabalhador de Ibiporã que atualizaram o cadastro, visualizaram as vagas e fizeram a entrevista de emprego no mesmo dia. Renderson, aluno do primeiro ano do Ensino Médio do Colégio Estadual do Jardim San Rafael, foi acompanhado da pedagoga e professora da sala de multimídia multifuncional da instituição, Neusa Crepaldi Vigatto.  O aluno estava à procura do primeiro emprego e fez três entrevistas. "Estou com uma expectativa muito boa e um pouco ansioso também", confessou Renderson.

 

De acordo com a pedagoga, o dia específico para atendimento às pessoas com deficiência é importante, mas deveria ser feito mais vezes. "Acho essa atitude muito louvável. A mobilização em torno deste dia é muito grande, é uma oportunidade maior para eles que buscam ingressar no mercado de trabalho", afirma ela. "Assim como o Renderson, mais dois alunos também vieram aproveitar a oportunidade. Conforme eles vão demonstrando interesse eu auxilio na hora de tirar os documentos e procuramos encaminhá-los para entrevistas", acrescenta.

 

Paulo Cézar Neves Cordeiro é formado em Massoterpia há dez anos e desde fevereiro deste ano está trabalhando sem carteira assinada. "Atualmente estou trabalhando com massoterapia, porém como autônomo. Vim procurar uma vaga na minha área, de meio período para poder conciliar os trabalhos", expõe Cordeiro. "Hoje não há oportunidades na minha especialidade, mas fico muito feliz com esta ação, porque o deficiente como qualquer outra pessoa quer trabalhar e se sentir útil", assegura Cordeiro.

 

Para a Secretária do Trabalho, Lourdes Narcizo, durante a entrevista é preciso que a empresa se atente a diversas coisas. "É muito importante observar os pontos fortes, mas também as limitações do candidato para fazer uma adequação dos postos de trabalho. Nosso objetivo não é que as pessoas com deficiência sejam admitidas por piedade ou pela obrigatoriedade em lei, mas sim porque ele é capaz de desenvolver o trabalho proposto e por ser produtivo na instituição", explica a secretária.

 

Vivian Nagami é assistente de RH da empresa Furgão Ibiporã, que estava realizando entrevistas ontem na Agência do Trabalhador. Para a assistente, é fundamental que a empresa esteja aberta para receber o colaborador e que proporcione a ele todo o respaldo necessário. "Por ser um ambiente desconhecido para o novo funcionário, isso pode gerar insegurança e ansiedade. Entendemos isso e já preparamos toda a nossa equipe para recebê-lo. Procuramos acolher bem, receber e ajudar em tudo que for preciso, também oferecemos o treinamento inicial e o adaptamos a nossa equipe de colaboradores", esclarece.

 

A ideia original do "Dia D" surgiu em 2012 no estado de Mato Grosso e em 2013 na Bahia. Com o sucesso alcançado nessa ação, o Ministério do Trabalho desafiou parceiros a promover o evento do "Dia D", Dia Nacional da Contratação da Pessoa com Deficiência.

 

 

INSS

 

Segundo o técnico de seguro social do INSS, Duone Douglas Damázio Silva, as dúvidas mais freqüentes da população no "Dia D" foram  em relação à aposentadoria que mudou com a Lei Complementar (Federal) 142/2013 que entrou em vigência em maio de 2014.

 

A nova lei concede o benefício de se aposentar com 25 anos de trabalho o homem e 20 anos a mulher quando a deficiência é grave. Quando a deficiência é moderada o homem, agora, se aposenta com 29 anos de contribuição e a mulher com 24. Quando a deficiência é leve o homem se aposenta com 33 anos de tempo de serviço e a mulher com 28. Antes da lei o homem precisava trabalhar 35 anos e a mulher 30 anos. Se for por idade o homem se aposenta com 60 anos e a mulher com 55, desde que tenham contribuído com a previdência social, no mínimo 15 anos.

 

Outra dúvida comum foi em relação ao amparo assistencial do deficiente. "Se o candidato recebe esse amparo e é inserido no mercado de trabalho com carteira assinada em período integral, o benefício é suspenso por até dois anos. Caso ele saia do serviço antes desse período, pode receber o seguro desemprego e voltar a receber o benefício, entretanto, se o desligamento for após os dois anos é necessário comprovar que continua com a deficiência e depois da avaliação social e perícia médica o auxílio é restabelecido", explica o técnico do INSS.

 

Caso a pessoa com deficiência entre na empresa como aprendiz, independente da idade, com a carga horário obrigatória de quatro horas diárias, continua recebendo o amparo e acumula com o salário que recebe na empresa.

 

"É muito importante para nós da previdência realizar esse trabalho. Estamos à disposição das pessoas acolhendo, tirando as dúvidas e também incentivando-as a buscar outros direitos como o da qualificação profissional por meio do Enem, através do Prouni", exemplifica Silva. "A pessoa com deficiência também pode ingressar no ensino superior, através das bolsas oferecidas pelo Enem, muitas não sabem, além de tantos outros serviços que estão disponíveis para elas. O 'Dia D' fomenta esses benefícios", defende ele.

 

 


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