Agricultura

 

Publicado em: 24/06/2009 10:00

Produtores sofrem com desvio irregular de água


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Produtores sofrem com desvio irregular de água Moradores da Barra do Jacutinga pedem ajuda

   A Associação dos Moradores da Barra do Jacutinga, um grupo de pequenos agricultores com propriedades localizadas próximas aos rios Jacutinga e Tibagi está sofrendo com o uso irregular da água que era destinada a abastecer somente as suas propriedades.
   A presidente em exercício da associação, Lourdes Aparecida Martho Pereira, esteve esta semana no gabinete do prefeito José Maria Ferreira e pediu apoio à causa dos produtores e a sua interferência no sentido de determinar que o SAMAE assuma a distribuição de água naquela região do município.
   Lourdes denunciou que 38 chácaras de lazer localizadas no Recanto Tibagi e também uma granja de frangos estão utilizando irregularmente a água de um poço artesiano que foi perfurado apenas para atender os 27 agricultores da localidade e mais dois abastecedouros.
   O poço foi perfurado pelo SAMAE, com recursos e autorização da Suderhsa (Superintendência Estadual de Recursos Hídricos e Saneamento) e a partir de 2001 – por razões políticas – passou a distribuir água para as propriedades. Na época, os agricultores foram contemplados com verba do Programa Paraná 12 Meses, que objetivava o combate à pobreza no campo.
DESVIO DA TUBULAÇÃO
   “Porém, logo na implantação do sistema, foi desviada uma tubulação que passou a levar água deste poço para o balneário de chácaras, e algumas delas têm piscina, portanto utilizam muita água”, afirma Lourdes. Na seqüência, segundo ela, a granja de aves – situada às margens do Tibagi – e mais sete chácaras localizadas dentro da granja também passaram a utilizar a água do poço, sem pagar nada pelo seu uso.
   Essa situação se tornou um problema, pois hoje a água do poço artesiano começa a ficar escassa, trazendo temor aos produtores rurais, que precisam dela para o uso doméstico e suas lavouras. “Como estão puxando muita água para as chácaras e a granja, o painel de energia da nossa bomba já queimou várias vezes devido à sobrecarga no sistema. Ele foi programado para bombear água somente 6 a 8 horas por dia, mas no momento está funcionando até 20 horas/dia”, alerta Lourdes Martho.
   A líder dos moradores diz que vem lutando “há três anos contra esse uso clandestino” e entregou a causa ao Ministério Público de Ibiporã. “Além de aguardarmos providências da Promotoria, estamos pedindo que a Prefeitura, através do SAMAE, assuma a distribuição lá, já que os proprietários com ligações clandestinas não nos respeitam e chegam até a fazer ameaças”, denuncia Lourdes.
   Quanto ao pedido feito ao SAMAE para assumir o abastecimento na região, José Maria ficou de dar uma resposta à associação o mais breve possível.

LOTEAMENTOS IRREGULARES
   Lourdes Martho relatou ainda que há na região do Tibagi alguns loteamentos com fracionamento irregular, não regularizados na Prefeitura. A Promotoria Pública está a par dos fatos e já vem notificando a Prefeitura desde 2007 para que tome providências, mas na administração anterior nenhuma medida foi tomada, lamentou o prefeito José Maria: “É mais um problema que a nossa Administração terá que resolver, pois não foi feito nada na gestão anterior para saná-lo”.
   As promotoras inclusive reenviaram à Prefeitura, no último mês, a Recomendação Administrativa nº 2, datada de 9 de maio de 2007, cobrando as providências que não foram tomadas.