A Prefeitura de Ibiporã, por meio da Secretaria Municipal de Planejamento, realizou nesta quarta-feira (30/4) a 7ª Conferência Municipal das Cidades, no Centro Tecnológico do Trabalhador de Ibiporã (CTTI). O evento reuniu cerca de 180 participantes, entre autoridades, especialistas, representantes da sociedade civil e comunidade local, para discutir temas fundamentais ao desenvolvimento urbano, como inclusão, mobilidade, sustentabilidade e justiça social, consolidando o compromisso do município com uma gestão democrática e participativa.

O tema “Construindo a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano: caminhos para cidades inclusivas, democráticas, sustentáveis e com justiça social”, estabelecido pelo CONCIDADE (Conselho das Cidades), norteou os debates da conferência. A proposta reflete o desafio de transformar as cidades em espaços verdadeiramente acessíveis, que garantam a participação plena de todos os cidadãos — sem barreiras físicas, sociais ou ambientais. A Conferência Municipal integra as etapas preparatórias para a 6ª Conferência Nacional das Cidades, promovida pelo Ministério das Cidades, e contou com uma programação que incluiu palestras, grupos temáticos e plenária final, seguindo os regimentos estadual e nacional.

Estiveram presentes no evento o prefeito José Maria Ferreira, a vice-prefeita Mari de Sá, os vereadores Rafael Eik Borges (Presidente da Câmara dos Vereadores), José Aparecido Abreu, Pedro Luiz Chimentão, Diego da Fonseca, Rafael do Nascimento e Augusto Semprebom, além do secretário municipal de Planejamento, Júlio César Dutra, demais secretários municipais, representantes de conselhos e outras autoridades locais.

A 7ª Conferência Municipal da Cidade representa um marco para Ibiporã. A conferência é um espaço de reflexão coletiva sobre o futuro da cidade, que não pode ser vista apenas como um conjunto de construções e infraestruturas, mas como um organismo vivo. Para o prefeito José Maria Ferreira, uma cidade deve ser um lugar que dialogue com seus cidadãos, que acolha e ofereça sentido de pertencimento.“Quando falamos em construir uma cidade inclusiva, democrática e com justiça social, estamos falando de uma cidade feita para todos, desde as crianças até os idosos. Uma cidade onde se vive com qualidade, com acesso à escola, ao lazer, aos parques, à convivência familiar. Isso só é possível com planejamento sério. E Ibiporã tem feito isso. Ao longo dos anos, temos mantido bem definidas as áreas produtivas, residenciais e urbanas, o que tem garantido um crescimento equilibrado. A conferência nos permite fortalecer esse caminho, contribuindo com a construção da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano. Porque, mais do que estruturas, a cidade precisa servir ao cidadão. E é isso que estamos construindo: uma Ibiporã que acolhe, que cuida e que inclui”, explica o prefeito.

Para o secretário de Planejamento, Júlio Dutra, o evento reafirma o papel da população na construção das políticas públicas. “A Conferência é uma prerrogativa para que possamos construir as políticas públicas que, posteriormente, se transformarão em ações concretas em nossas cidades. É um espaço legítimo de escuta e diálogo com a sociedade civil, com as ONGs, com o poder público e com toda a comunidade organizada. É nesses encontros que discutimos ideias, projetos e mecanismos que atendem às necessidades reais da população”, afirmou o secretário.  

Durante o evento, foram apresentados dois instrumentos estratégicos para o planejamento de Ibiporã: o Plano Diretor Municipal e o Plano de Mobilidade Urbana, ambos conduzidos pela arquiteta e urbanista Cássia Marie Calsavara.

A programação contou com palestras técnicas que enriqueceram os debates e ampliaram a visão dos participantes sobre o desenvolvimento urbano. A bióloga Gabriela da Mota Ferreira, integrante da diretoria do Parque Geminiani Momesso explicou sobre a implantação do parque dedicado à arte brasileira, que impactará no desenvolvimento do município por ser o maior museu a céu aberto e dedicado à arte brasileira da América Latina. A cidade, toda região e até mesmo o  estado, deverão pensar em estratégias voltadas ao desenvolvimento turístico regional.  

Em seguida, a doutora Laura Keiko — assistente social de formação, mestre e doutora pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com graduação em Arquitetura e Urbanismo em andamento — compartilhou reflexões sobre sua trajetória profissional. Especialista em áreas como Adolescente em Conflito com a Lei, Administração e Planejamento Governamental e Populações em Situação de Vulnerabilidade Social, trouxe ao debate uma perspectiva sensível e profunda sobre o processo de urbanização, conectando o planejamento urbano às vivências sociais que marcaram sua atuação ao longo dos anos.

Encerrando o ciclo de palestras, a professora mestra Lucy Ana Staut, coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Positivo, e arquiteta e urbanista pela Universidade CESULON, abordou a importância do desenho universal e da acessibilidade como fundamentos para a construção de cidades mais equitativas, justas e acolhedoras.

Após as apresentações, os participantes se dividiram em grupos temáticos para debater os três eixos propostos pela conferência:

1. Articulação entre os principais setores urbanos e o planejamento das políticas públicas

2. Gestão estratégica e financiamento

3. Sustentabilidade ambiental, emergências climáticas, transformação digital e justiça social

A conferência foi marcada por um dia produtivo e de intensas discussões, reunindo cerca de 180 participantes, dos quais aproximadamente 80 permaneceram até os grupos temáticos e a plenária final. Agora, a equipe organizadora compilará todas as informações produzidas, incluindo ata do evento, lista de presença, relatório das atividades e, principalmente, as ideias e propostas apresentadas, para encaminhar ao Conselho das Cidades (CONCIDADE). Esses materiais irão compor a base de contribuição de Ibiporã para as políticas públicas que serão debatidas e implementadas nos próximos anos.

Com cerca de 60 mil habitantes, Ibiporã se destaca pelo desenvolvimento industrial, qualidade de vida e compromisso com a cultura e o meio ambiente. Após a revisão de seu Plano Diretor em 2024, consolidou diretrizes voltadas à inclusão, acessibilidade e crescimento ordenado.

Por meio de iniciativas como a Conferência Municipal da Cidade, Ibiporã reafirma seu papel como referência na construção de políticas urbanas voltadas à inclusão, sustentabilidade e justiça social.