Saúde

 

Publicado em: 01/08/2012 11:59

Semana do Aleitamento Materno, de 1º a 6 de agosto


Whatsapp

 

Semana do Aleitamento Materno, de 1º a 6 de agosto Semana do Aleitamento Materno, de 1º a 6 de agosto

 Esta semana, entre os dias 1º e 6 de agosto, acontece a Semana Mundial da Amamentação, que visa chamar a atenção das pessoas para a importância do aleitamento materno, tanto para a saúde do bebê, quanto da mãe.
   A amamentação natural ainda reforça o vínculo entre mãe e filho, no sentido de garantir a ele uma infância mais saudável e seu pleno desenvolvimento.
   A Prefeitura de Ibiporã, através da Secretaria Municipal de Saúde, realiza uma série de ações de promoção ao aleitamento materno, muitas delas viabilizadas após a adesão do Município, no ano de 2009, à Rede Amamenta Brasil, um programa do Governo Federal.
   As profissionais responsáveis pela implantação do “Amamenta Brasil” em Ibiporã são as fonoaudiólogas do Centro de Saúde, Denise Fabrini Castoldo e Franciele Queiroz, e a enfermeira da UBS da Vila Esperança, Carmem Lunardelli. Confira entrevista com a coordenadora do programa no Município, Denise Castoldo:

Como é o trabalho em Ibiporã e como foi essa formação de vocês, que foram as multiplicadoras desse treinamento para os profissionais da rede municipal de saúde?
Denise – A 17ª Regional de Saúde abriu um curso da Rede Amamenta Brasil na região e os municípios encaminharam seus profissionais para serem capacitados. Após o curso, esses profissionais retornaram para o seu município e capacitaram os demais. Foi o nosso caso. Em Ibiporã, capacitamos todas as Unidades Básicas de Saúde – urbanas e rurais. Além disso, fizemos uma parceria com Sertanópolis. Ajudamos a capacitar os profissionais de lá também. Todos os nossos funcionários, do zelador ao motorista, passando pelo agente comunitário de saúde, o agente de endemias, os profissionais de enfermagem, todos foram capacitados para trabalhar no incentivo ao aleitamento materno.

O trabalho desenvolvido pela rede municipal de saúde em Ibiporã começa desde o pré-natal. Tem um projeto “Oficina da Vida”, que busca informar às novas mães como será essa fase depois que a criança nascer. E depois que a criança nasce?
Denise: No projeto Oficina da Vida, a mãe-gestante participa de sete oficinas. Ela recebe informações da enfermeira, nutricionista, fisioterapeuta, fonoaudióloga, de dentistas... Então, ela recebe todas as informações para que, quando essa criança chegar, tenha a parte teórica preparada. Já no pós-natal, junto com a Oficina de Capacitação, nós pactuamos algumas ações. Só que uma coisa muito comum em todas as UBSs é a visita domiciliar na primeira semana de vida. O agente de saúde faz a visita e procura ver como está a amamentação, se tem aleitamento materno exclusivo ou se a mãe está complementando. A mãe que tem dificuldade é encaminhada para nós, da coordenação da Rede Amamenta Brasil, e então visitamos essa mãe para ver o que está acontecendo.

Por meio do agente comunitário de saúde que vai às casas, vocês acabam detectando essa necessidade?

Denise: Sim. Quando o agente comunitário ou a enfermeira não dão conta de resolver esse problema, encaminham para nós. Às vezes não é só a questão de o leite não descer, estar “fraco”. Pode ser que a mãe tenha um excesso de produção de leite. Nesses casos, encaminhamos para Londrina, para o Banco de Leite do HU (Hospital Universitário). A mãe faz a retirada, armazena e o Banco de Leite vem uma vez por semana a Ibiporã para recolher.

Como o leite deve ser armazenado?
Denise: Em frascos de vidro, com tampa de plástico e esterilizado. A mãe deve tomar cuidado quando fizer a retirada desse leite. Deve estar com as mãos limpas, esterilizadas e de cabelo preso para que nada caia nesta vasilha do leite. Depois, ela armazena esse frasco no freezer. E então os profissionais do Banco de Leite vêm e recolhem os frascos uma vez por semana, retornam para Londrina onde esse leite é analisado e pasteurizado para ser distribuídos às crianças que têm necessidade.

A mãe precisa estimular a amamentação natural?
Denise - Principalmente nos casos em que a mãe faz cesária, o leite não desce de imediato. Na sala de parto, a criança é colocada junto à mãe para estimular o leite, e tentar sugar. Sempre falamos para as mães: quanto mais você estimular, mais vai produzir leite. Por isso, a mãe nunca deve deixar de estimular, de oferecer em livre demanda esse leite. Outra coisa é que algumas mães acham que não devem oferecer o peito à noite, que devem deixar a criança dormir. Mas é à noite que a mulher produz mais leite, porque não tem visitas em casa, não tem as outras crianças acordadas, daí a mãe fica mais relaxada. E ela tem que oferecer. Pois aí cada vez mais o organismo dela vai perceber que precisa oferecer leite para a criança.

Há um período de adaptação para a mãe até ela conseguir produzir leite, principalmente quando é o primeiro filho. Os profissionais da rede de saúde de Ibiporã orientam essa mãe para que ela não apele para a mamadeira?

Denise - Eles fazem esse trabalho. Porque se a mãe apela para a mamadeira, isso vai acomodar a criança. Afinal, é um bico diferente, mais facilitador e com isso o leite vai descer mais rápido. Daí a criança não precisa fazer tanta força para sugar. Por isso, a gente evita o complemento e só oferece se for uma recomendação do médico. Caso contrário, não. A criança precisa fazer força para incentivar a produção de leite. Existe um mito que muita gente reproduz que é o do “leite fraco”. Não existe leite fraco. O leite materno tem as suas fases. O primeiro leite é o que vai hidratar a criança e o último é o que vai nutrir, engordar. Ela precisa chegar na fase final do leite para se sentir saciada. O leite inicial é clarinho e mais fino, pois tem mais água. Já o final é mais escuro, mais grosso. Às vezes, a mãe acha que o seu leite é fraco porque ela não chegou no leite final. Por isso a orientamos: ofereça o peito e dê até o final para que você possa nutrir o seu filho.


Imagens