A secretaria municipal de Saúde de Ibiporã, por meio do Setor de Endemias, realiza esta semana o primeiro Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti  (LIRAa), mosquito transmissor da dengue, zika e febre chikungunya do ano. Até quinta-feira (12), 35 agentes de endemias inspecionarão cerca de 900 imóveis (5% do total) em todas as regiões da cidade. Juntamente com a coleta de larvas para análise, os agentes realizam a remoção de criadouros, e orientam os moradores sobre medidas de prevenção e combate ao mosquito.

Segundo o supervisor geral de Endemias, Diomar Carvalho, o LIRAa é uma metodologia que ajuda a mapear os locais com altos índices de infestação do Aedes aegypti. "Com o resultado, que sairá no início da próxima semana, poderemos planejar ações pontuais para evitar a proliferação do mosquito", explica Carvalho.

O último LIRAa realizado em Ibiporã, na primeira semana de outubro de 2016, ficou em 0,0%, bem abaixo do preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que é de até 1,0%. Ou seja, entre os cerca de 900 imóveis visitados pelos agentes de endemias não foram encontrados focos do Aedes. Contudo, isso não quer dizer que o vírus não esteja circulando no município.

A expectativa da secretaria de Saúde é de um aumento do índice, visto que o calor intenso e as chuvas constantes são condições propícias para a proliferação do mosquito, aumentando os focos. Em janeiro do ano passado o índice ficou em 4,5%, ou seja, de cada 100 imóveis visitados, 4,5% apresentaram focos do mosquito. "Nesta época do ano precisamos de uma colaboração ainda maior da população. O ciclo de reprodução do mosquito, do ovo à forma adulta, pode levar de 5 a 10 dias. Por isso, mesmo em uma viagem curta, é preciso estar atento. Um balde esquecido no quintal ou um pratinho de planta na varanda do apartamento, após uma chuva, podem se tornar um foco do mosquito e afetar toda a vizinhança. É importante verificar se a caixa d'água está vedada, a calha totalmente limpa, pneus sem água e, em lugares cobertos, garrafas e baldes vazios e com a boca virada para baixo, a tampa do vaso sanitário fechada ou coberta com um saco plástico, entre outras pequenas ações que podem evitar o nascimento das larvas", orienta Carvalho.

Números

Conforme o setor de Epidemiologia, durante todo o ano passado foram notificados 2.599 casos de dengue em Ibiporã, sendo 1.413 positivos, todos autóctones, ou seja, contraídos no próprio município. Uma pessoa morreu vítima de dengue hemorrágica. Também foram contabilizados cinco casos de zika vírus em 2016.

Ibiporã enfrentou epidemias de dengue em 2011, 2013, 2014, 2015 e 2016. A OMS estabelece como parâmetro para caracterização de epidemia incidências iguais ou superiores a 300 casos confirmados para cada grupo de 100 mil habitantes.