Duas famílias de pioneiros que residem ao redor da Estação Ferroviária receberam com alegria a informação de que será iniciada em breve a restauração do prédio. O casal Ramon e Lourdes Sípoli Lozan, que mora há décadas na mesma casa, na Avenida Mário de Menezes, considerou \"ótima\" a reforma. \"Isso andava abandonado, muito feio. Com certeza ficará bem bonita essa estação\", aprovou Dona Lourdes, 80 anos. Já seu marido, que foi caminhoneiro, disse que o País \"precisa investir mais em ferrovias, que são um transporte barato e seguro.\"

   Ramon Lozan, 83 anos, disse com orgulho que seu pai trabalhava na linha férrea, sendo um dos encarregados da manutenção. E seu irmão era o telegrafista da estação de Ibiporã. \"Cheguei aqui em Ibiporã em 1939 (antes da fundação), com 10 anos de idade, e lembro do tempo em que esse trem era o principal meio de transporte. Eram oito vagões que vinham sempre lotados, de gente e mantimentos. Os comerciantes transportavam tudo de trem e ao chegarem aqui as carroças carregavam os produtos até a casa ou a venda\", disse Ramon.

   O casal Agenor e Marcelina Gobbi, ele com 86 e ela com 78 anos, moradores na Av. Dom Pedro II, também são parte da história de Ibiporã. Ele veio como funcionário das Casas Pernambucanas, onde trabalhava desde os 13 anos, em Bauru (SP). \"Cheguei com 26 anos, desembarquei aqui em Ibiporã dia 25 de setembro de 1947 e já em 1949 nos casamos na igrejinha velha de madeira. Trabalhei nas Pernambucanas por 14 anos e fundei depois a Casa Paraná, onde fiquei por 38 anos\", recorda sr. Agenor.

   Sobre a reforma da estação, sua esposa Marcelina afirmou: Que bom que vai acontecer essa reforma! Aquele prédio antigo é lindo e precisa ser mantido, tem grande valor histórico\". E Agenor acrescentou: \"Tem que haver o progresso. Tudo o que vier para o progresso é bom para a cidade\".